Em evento sobre Centros Urbanos, Rafael Brito cobra soluções de mobilidade para Maceió

Texto: Morena Melo

Os centros urbanos foram tema central de um debate realizado nesta segunda-feira, 27, no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL). No evento, aconteceram dois debates, incluindo as temáticas sobre Mobilidade Urbana, Plano Diretor de Maceió, Mobilidade Inclusiva e Sustentável e atuação da Frente Parlamentar pelos Centros Urbanos.

No primeiro painel a Mobilidade Urbana de Maceió foi debatida pela arquiteta e urbanista Sonia Rijo Costa de Barros Correia; pelo secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão; pelo representante da Sociedade Movimento, Renan Silva; pela chefe de gabinete do Centro Histórico da Prefeitura de Recife, Ana Paula Vilaça, e pelo arquiteto, urbanista e professor da Ufal, Dilson Ferreira.

No segundo painel, a presidente do Instituto para o Desenvolvimento das Alagoas (Ideal), Isadora Padilha, mediou as apresentações do presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/AL), Pablo Fernandes; da arquiteta, urbanista e professora da Ufal, Regina Lins; do arquiteto e urbanista Airton Rocha Omena Júnior e da arquiteta, urbanista e professora da Ufal Ana Paula Acioli. Os especialistas analisaram o Plano Diretor de Maceió e suas implicações para a cidade, considerando o desenvolvimento sócio-espacial-ambiental do município, o desenvolvimento local e regional e o planejamento urbano.

Para o deputado federal Rafael Brito (MDB/AL), a construção conjunta entre sociedade civil, instituições e a universidade é um caminho necessário para o aperfeiçoamento das condições urbanas de Maceió.

“É importante que a universidade cumpra o seu papel de gerar conhecimento e de pensar sobre a cidade de maneira propositiva, como vimos aqui hoje. Fiquei bastante feliz ao ver um alto nível de debate sobre temas fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico e sustentável de Maceió. O que me traz esperanças de que dias melhores virão para a nossa capital”, disse o deputado federal Rafael Brito (MDB/AL).

Para o Secretário Nacional de Trânsito do Ministério dos Transportes, Adrualdo Catão, que participou do debate, a realização de políticas públicas é mais eficaz quando alinhada ao conhecimento acadêmico sobre o tema.

“Os dados levantados nas pesquisas sobre trânsito e urbanismo de maneira geral são fundamentais para pensar em políticas públicas que realmente atendam a população. Por exemplo, o Datasus mostra que cerca de 80% das mortes em trânsito no Brasil não acontecem nas rodovias federais, acontecem nas cidades. Essa é uma informação relevante que nos mostra que muito precisa ser feito no trânsito urbano brasileiro”, explicou.

No evento, foi abordado um diagnóstico da mobilidade urbana de Maceió, considerando os conhecimentos acadêmicos, perspectivas e iniciativas bem ou mal sucedidas, além da discussão sobre mobilidade sustentável, economia de transportes e caminhabilidade.

Prazo perdido
No cerne da discussão, realizada no auditório do CREA/AL, estava uma notícia lamentável, um problema que deverá acentuar ainda mais o atual caos das vias urbanas da cidade: Maceió não consta na lista de municípios que enviaram o Plano de Mobilidade Urbana (PMU), cujo prazo se encerrou no último dia 12 de abril.

Na prática, isso significa que a cidade não poderá receber verbas federais para investimento em melhorias da mobilidade urbana, o que acontece em um cenário de alagamentos e afundamentos de bairros, além dos cada vez mais frequentes engarrafamentos espalhados por toda capital alagoana.

Desde 2012, a entrega do PMU é obrigatória para o recebimento de repasses do Governo Federal. O documento apresenta um planejamento que inclui a circulação de pessoas e bens, além dos veículos, priorizando os pedestres e o transporte coletivo. O planejamento também deve estar alinhado com as regulamentações urbanísticas da cidade.